quarta-feira, 28 de abril de 2010

WORKSHOP TÉCNICA ALEXANDER

COM PAULA MAGDALENO

Dia 30 de Abril (sexta-feira) às 20h30.
Inscrições no E-mail: ciadancas@gmail.com até o dia 27 de abril.
VAGAS: 10
GRATUITO

ESPAÇO CIA DANÇAS
R. Luiz Anhaia, 198 - Vila Madalena
CRÍTICA GENÉTICA

Novo espetáculo da CIA. DANÇAS de Claudia de Souza

Centro Cultural São Paulo
de 19 à 23 de Maio

TEXTO DE CECILIA SALLES - "CRÍTICA GENÉTICA" NOVO ESPETÁCULO DA CIA DANÇAS.

O acompanhamento do projeto Crítica Genética da Cia. Danças tornou-se uma experiência de intenso envolvimento pessoal. Até ali, ver as palavras críticas e genéticas juntas dizia respeito a um grupo de pesquisadores brasileiros que dialogam com franceses, que assim batizaram os estudos sobre processo de criação, a partir da documentação dos artistas. E sempre envolvia a minha explicação sobre essa abordagem para a obra de arte.

Quando conheci Claudia de Souza e a Cia. Danças ouvi, pela primeira vez, falar da crítica genética como projeto artístico. Surpresa. Prazer. vontade imensa de saber como meu livro tinha sido lido. Soube da proposta de se fazer "um mergulho nas escolhas, caminhos, atalhos e recuos que constroem o corpo do artista, além de uma reflexão sobre o processo criativo da própria coreógrafa e do corpo heterogêneo que é a Cia. Danças". Olhar para trás e fazer anotações do percurso pelo qual todos estavam passando: era essa a crítica genética do grupo.

Participei de conversas: falando e ouvindo. Comentava os relatos daquilo que eles vinham experienciando, como os dias de olhos vendados, uns conduzindo e outros sendo levados. Li algumas das anotações que revelavam comprometimentos, mas também um grande esforço para tal reflexão. Eram registros de como estavam sendo sensivelmente afetados. Emoção à flor da pele. Sujeitos vulneráveis.

De minha parte, em muitos momentos, o encanto de saber que aquelas conversas eram carregadas de significados. Descobertas em comum.

Diante do encontro de uma cena muito vigorosa, percebemos que ali estava o embrião do futuro espetáculo, que faltava ser expandido. Como se fosse simples! Seria o encontro do espetáculo para todos, mas, especialmente, para Claudia.

Assisti a um ensaio. O enbrião havia sido expandido. Aquelas emoções represadas por tantos meses encontraram contornos e formas, de rara intensidade, foram descobertas. Corpos repensados, resignificados, ou melhor, corpos sentidos de novas maneiras: desespero, agonia, dor e até alegria.

Como espectadora, mantive minha sensibilidade suspensa ao longo de todo tempo. Acredito que depois da experiência do projeto crítica genética, nem eles e, muito menos eu, somos mais os mesmos.

                                                                                                                   Cecilia Salles