segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Formação de público


Uma reflexão sobre público, artista, espetáculo, obra.
·      Formação de público
·      Educação sensível
·      Identidade
·      Contar e ouvir histórias
·      Histórias pessoais, coletivas, do lugar, histórias que contribuem para formação de uma identidade.
·      Identidade = Cultura
·      Mitos, lendas = história = identidade = subjetividade
·      Identidade e alteridade
·      Narrativa = percurso
·      Emancipação
·      Cuidar
·      Olhar
·      Sentir
·      Agente transformador e provocador                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

Esses são pontos que venho observando, refletindo e praticando e que me levam a reflexão sobre esse polêmico assunto que é a formação de público. Não acredito que devemos formar o público para assistir um espetáculo, ouvir uma música, apreciar uma obra, mas para não abrir mais uma discussão sobre terminologia, conceitos e palavras resolvi , a princípio, assumir esse nome e me concentrar em pensar e criar mecanismos e dispositivos de sensibilizar, aguçar e abrir o caminho das sensações. Tornar isso valido e importante para se experenciar arte. Transpor o abismo que separa a passividade da atividade.
 Muitas questões me foram provocadas pela leitura do livro Espectador emancipado de Jacques Rancière .
 A emancipação, por sua vez, começa quando se questiona a posição entre o olhar e agir, quando se compreende que as evidências que assim estruturam as relações do dizer, do ver e do fazer pertencem a estrutura da dominação e da sujeição. Começa quando se compreende que o olhar é também uma ação que confirma ou transforma essa distribuição de posições. O espectador também age, tal como o aluno ou o intelectual. Ele observa, seleciona, compara, interpreta. Relaciona o que vê com muitas outras coisas que viu em outras cenas, em outros tipos de lugares. Compõe seu próprio poema com elementos do poema que tem diante de si. Participa da performance refazendo-a a sua maneira, furtando-se, por exemplo, à energia vital que esta supostamente deve transmitir para transformá-la em pura imagem e associar essa pura imagem a uma história que leu ou sonhou, viveu ou inventou. Assim são ao mesmo tempo espectadores distantes e intérpretes ativos do espetáculo que lhes é proposto.
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Nesses meus anos de contato com público variado em diversos locais que me apresentei, percebi sempre um desejo da plateia, sobretudo em entender o espetáculo, o que ele quer dizer, que história é essa, se entendi certo. Uma dificuldade ou falta de conhecimento para experimentar apenas a sensação daquele momento, que não tem certo ou errado em arte, que pode não fazer sentido e muitas vezes não faz.
Essa minha investigação sobre plateia, publico e cena...na verdade está diretamente ligada ao meu trabalho como coreógrafa e aos princípios desse trabalho. Evidente que existem muitas outras maneiras de refletir sobre esse assunto, mas faço um recorte a partir do que venho experimentando nas minhas criações e interrelações: artista, plateia, espaço, dramartugia, interpretação...
Abaixo cito mais um trecho do livro O Espectador Emancipado de Jaqces Rancière, pois ele coloca questões que me foram e são muito importantes na criação e na análise sobre esse assunto que venho tratando nas minhas criações.
O espectador deve ser retirado da posição de observador que examina calmamente o espetáculo que lhe é oferecido. Deve ser desapossado desse controle ilusório, arrastado para o círculo mágico da ação teatral, onde trocará o privilégio de observador racional pelo do ser na posse de suas energias vitais integrais.
Tais atitudes fundamentais resumem o teatro épico de Brecht e o teatro da crueldade de Artaud. Para um o espectador deve ganhar distância: para o outro deve perder toda e qualquer distância. Para um deve refinar o olhar, para o outro deve abdicar da sua própia posição de observador.

sábado, 26 de janeiro de 2013




Ateliê Coreográfico no SESC Pinheiros!!delícia de encontro!!

Diferentes maneiras de pensar e utilizar o corpo para construir movimentos dançantes, diferentes visões e entendimentos do corpo e da dança, diferentes corpos com diferentes cargas culturais se comunicam, se relacionam e conseqüentemente se movimentam.


Registro de um momento, tivemos vários.

Entre

A Porta

RegistroSintonia
Agradeço a todos os participantes pelos momentos intensos, de troca, acolhimento, experiência criativa , dança e conversa!!
Breve no veremos.
Claudia

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013





Divulgação temporada Fevereiro de 2013

A Cia Danças Claudia de Souza estará apresentando o seu mais recente espetáculo PROFANAÇÃO no Centro Cultural da Penha / Teatro Martins Penna de 01 à 17 de fevereiro, sempre ás sextas, sábados e domingos. Sextas e sábados às 20h00 e domingos às 19h00.
Gratuito.
O endereço e Largo do Rosário, 20 – Penha.
Telefone 011 22950401
centroculturaldapenha@gmail.com
  


PROFANAÇÃO

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Cia. Danças Claudia de Souza, vem desenvolvendo sua trajetória no cenário artístico da dança há 16 anos por meio de uma intensa atividade que tem como foco a pesquisa, criação, difusão e formação cultural, o que evidencia a construção de uma linguagem própria, com trabalhos que exploram questões ligadas ao contexto sócio cultural brasileiro, relevantes para a formação de sua identidade corporal.


"PROFANAÇÃO", o mais recente trabalho da Cia Danças Claudia de Souza, partiu  inicialmente de uma pesquisa sobre o samba sua história, raízes , movimentos. Concomitante a essa investigação surgiu a inspiração propiciada pela leitura do livro ‘Profanações’ de Giorgio Agamben que veio compor a pesquisa da coreógrafa em observar o samba como um ritual.

 Em seu ensaio Elogio da profanação, Giorgio Agamben se dedica a abrir relações comuns entre as ideias de "usar" e "profanar". Para isto, Agamben parte de uma discussão da etimologia de religio - não a etimologia que nos é dada comumente, religare, mas outra, relegere, que aponta para outro sentido do religioso.

"O termo religio, segundo uma etimologia ao mesmo tempo insípida e inexata, não deriva de religare (o que liga e une o humano e o divino), mas de relegere, que indica a atitude de escrúpulo e de atenção que devem caracterizar as relações com os deuses.

A inquieta hesitação (o "reler") diante das formas - e das fórmulas - a observar para respeitar a separação entre o sagrado e o profano. Religio não é o que une homens e deuses, mas o que se encarrega de mantê-los distintos."

Se a religião pode ser definida como aquilo que subtrai as coisas, os lugares, e os separa, enfim, transferindo tudo para uma esfera do intocável, Agamben propõe justamente o contato como uma forma primeira de profanação - "Há um contágio profano, um tocar que desencanta e devolve ao uso aquilo que o sagrado havia separado e petrificado".

Dentro destas premissas, Cia. Danças Claudia de Souza compõe esta obra para falar de rituais do nosso tempo, presentes em nossos corpos, nossa cultura ... àquilo que testemunhamos e construímos. Estamos aqui tratando dos ritos de passagem, da liminaridade , enquanto comunicação com o sagrado em que símbolos secretos são comunicados para os sujeitos rituais em forma de relíquias, máscaras e instrumentos, contos, narrações míticas, símbolos que representam a unidade e a continuidade do coletivo.



Ficha Técnica “Profanação”
Direção e Coreografia - Claudia de Souza
Assistente de Direção – Cristiana de Souza
Elenco – Claudia de Souza, Cristiana de Souza, Ítalo Ramos, Junior Domingos, Rafael Abreu, Rafael Valentim e Yeda Peres.
Estagiária –  Carolina Thomaz
Textos – Janaína Castro, Solange Borelli e Claudia de Souza
Professora convidada – Penha de Souza
Iluminação – Décio Filho
Assistente de iluminação – Alê
Assistente de palco – Cristina de Cássia
Edição de trilha Sonora – Celso Nascimento
Trilha sonora – J. Massenet, Abel Korzeniowski, Kronos, Clementina de Jesus, Geraldo Filme
Fotos –Jônia Guimarães
Gravação e edição de vídeo – Gabriel Moreto Bueno
Programação Visual – Voga Planejamento Gráfico e Visual
Figurino e Cenografia – Claudia de Souza
Produção e Administração Núcleo Cia Danças
Apoio – Cooperativa Paulista de Trabalhadores de Dança
Duração – 60 minutos
Faixa etária – livre
Agradecimentos: Penha de Souza, Jane dos Santos, Mãe Rosa, Sandra Gomes, Luiz Trigo, Anabel Andrés, Gabriel Moreto Bueno, Solange Borelli, Selene Marinho e todo equipe da  Radar Cultural, João Maurício, Janaína Castro, Cecilia Salles e todos os amigos da casa de Umbanda Caboclo Ubirajara.
Programa Municipal de Fomento Dança para cidade de São Paulo -  12º edição
Contato - Cia Danças Claudia de Souza
espacociadancas@gmail.com
http://www.facebook.com/CiaDancasClaudiaDeSouza
Av. Jandira 336ª – sobreloja – Moema. São Paulo – SP Brasil 04080-001
0xx11984435050 Tim


Conhecendo o bairro da Penha


Temporada / Fevereiro 2013