domingo, 21 de agosto de 2016

Crítica Genética

CRÍTICA GENÉTICA – 2010/2016
Partindo da teoria da Crítica Genética, área que trata dos registros que um artista faz ao longo do percurso de construção de sua obra, Claudia de Souza encontrou inspiração para uma reflexão sobre o corpo como um documento que congrega em si uma história genética e cultural.
Tudo o que está no corpo, suas histórias, suas experiências, suas técnicas e métodos sejam de origem social, cultural, estética ou dogmática são fatores que influenciam o comportamento do ser humano e suas relações.
Para acessar a história inscrita no corpo, a coreógrafa não se restringe à observação e análise das biografias dos intérpretes, mas passa a buscar um contato com o corpo através de abordagens que resgatem sua sensibilidade, atentando para os processos físicos, mentais e sociais que foram determinantes para construção e instrumentalização do corpo para a sua atuação na dança e na vida.
Através de laboratórios de sensibilização e da documentação do processo criativo, memórias e sensações são afloradas e nutrem o corpo que levará para a cena o resultado de uma investigação profunda sobre a essência de suas sensações, emoções e atitudes.
A partir da materialidade e potencialidade dos corpos de seus bailarinos, Claudia de Souza assume o corpo como um documento que abrange certas possibilidades de ação e outras tantas impossibilidades, que além de trazerem sua história singular, complementam-se na concretização de uma linguagem única, proposta pela pesquisa desenvolvida na companhia.
Neste sentido, o espetáculo “Crítica Genética” é a reflexão não apenas sobre as escolhas, os caminhos, atalhos e recuos do processo criativo de construção do corpo do bailarino e do intérprete, mas também uma reflexão e documentação sobre o processo criativo da própria coreógrafa e deste corpo único, porém composto pela heterogeneidade, que é a Cia Danças.

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